As IAs generativas são sistemas de algoritmos projetados para criar novos conteúdos a partir de comandos fornecidos pelo usuário. Elas utilizam modelos de linguagem treinados em vastos conjuntos de dados textuais, como livros, artigos e conversas, para aprender padrões e contextos da comunicação humana.

Esse treinamento permite que as IAs gerem textos que imitam a linguagem natural — a forma de comunicação que usamos no cotidiano. A partir desse aprendizado, elas são capazes de criar respostas coerentes, relevantes e que soam naturais, ajustando seus algoritmos para prever as palavras mais apropriadas em diferentes contextos.

As IAs geram respostas usando algoritmos probabilísticos, que determinam a sequência mais provável de palavras com base nos comandos dados pelos usuários. Ao analisar grandes volumes de dados, esses algoritmos identificam padrões e contextos, criando conteúdos que são coerentes e adequados à interação humana.

Para extrair o melhor das IAs, é fundamental formular comandos claros e específicos, pois a qualidade das respostas depende diretamente da forma como o pedido é feito.

A grande inovação das IAs generativas está em possibilitar a comunicação em linguagem natural com máquinas, algo que antes era limitado a comandos técnicos e linguagens de programação. Essa capacidade de "conversar" com a máquina torna a tecnologia mais acessível e intuitiva para usuários de todas as áreas.

Além de compreender e gerar texto como um humano, essas IAs podem resolver problemas complexos, automatizando tarefas repetitivas, dentre as quais:

• Analisar e Resumir Processos ou Decisões;

• Traduzir Complexidades Técnicas do Direito Para o Cliente;

• Buscar Fundamentos Jurídicos Para Um Caso Concreto;

• Auxiliar na Redação de Peças Jurídicas e Pareceres;

• Ajudar no Marketing Jurídico, Criando Ideias, Textos e Roteiros para Postagens 

A inteligência artificial é uma área da  ciência da computação que deve ser considerada, no campo do direito, como uma ferramenta auxiliar em diversas atividades humanas. 

Pode aumentar a produtividade, criatividade e eficiência do usuário, atuando como um motor de inovação como nunca antes visto. Como qualquer ferramenta, sua utilização depende de intenções e interações de quem a usa, podendo, portanto, gerar fenômenos jurídicos diversos e até então imprevisíveis.

Para além dos reflexos teóricos sobre as mais diversas áreas do direito, a IA provoca mudanças profundas e práticas nos modelos tradicionais de trabalho intelectual.

Deste modo, com o avanço da era da IA, saber operar essa tecnologia se torna essencial para continuar operando o Direito de maneira relevante, adaptada e competitiva.

Para obter os melhores resultados ao usar IAs generativas, é importante que suas interações incluam três elementos-chave: Contexto, Ordem e Objetivo. 

Esses três elementos formam a base para comandos eficazes e respostas precisas. Não importa a sequência desses elementos, o importante é que a interação/conversa com a IA os tenha. 

Ao aplicar consistentemente esses elementos ao longo de sua interação, você garante que a IA compreenda completamente suas necessidades e forneça respostas mais precisas e úteis.

Definição: O Contexto refere-se às informações que ajudam a IA a entender melhor o cenário ou o caso específico. Isso pode incluir detalhes sobre o problema, as partes envolvidas, o histórico, documentos processuais e qualquer outra informação relevante que possa orientar a resposta da IA.

Importância: Sem um contexto bem definido, as respostas geradas pela IA tendem a ser genéricas e podem não atender às necessidades específicas.

Dica prática 1: Peça à IA para Fazer Perguntas. Durante a interação, solicite que a IA faça perguntas para entender melhor o contexto. Isso ajuda a refinar as respostas e a garantir que todos os aspectos relevantes sejam considerados, criando um diálogo mais focado e produtivo.

Dica prática 2: Use Criação de Personas para Detalhar o Contexto. Criar personas, que são perfis fictícios representando partes envolvidas ou situações típicas, pode enriquecer o contexto. Ao definir características como nome, profissão, interesses e desafios de uma persona, a IA pode adaptar suas respostas para considerar essas especificidades, tornando a interação mais personalizada e relevante.

Definição: A ordem refere-se ao verbo de ação utilizado no comando (por exemplo, analisar, redigir, listar, contestar, comparar etc) e, ocasionalmente, ao formato de saída desejado (por exemplo, parágrafo corrido, tópicos, tabela, quesitos).

Importância: Utilizar um verbo de ação claro e especificar o formato de saída ajuda a IA a entender exatamente o que você espera como resultado. Isso torna as respostas mais precisas e alinhadas com suas necessidades.

Dica Prática: Escolha um verbo de ação que descreva claramente a tarefa que a IA deve realizar e, se necessário, especifique o formato de saída para garantir que a resposta seja apresentada da maneira desejada. Veja três exemplos abaixo:

Definição: O objetivo refere-se ao foco específico que você busca alcançar com a interação. É o resultado desejado ou o problema específico que você quer resolver.

Importância: Ter um objetivo claro é essencial para orientar a IA a gerar respostas que realmente atendam às suas necessidades. Quando o objetivo é bem definido, a IA pode focar em produzir uma solução direcionada e eficiente, evitando respostas vagas ou irrelevantes.

Dica Prática: Sempre tenha em mente o resultado final que você deseja alcançar e inclua esse objetivo no comando. Especificar claramente o que você quer ajuda a IA a entender a direção que deve seguir. Veja três exemplos abaixo:

Aplicação da Tríade: A tríade de Contexto, Objetivo e Ordem não precisa estar presente em cada comando individual, mas deve ser aplicada ao longo de toda a interação com a IA. O importante é que esses elementos estejam presentes durante a conversa, permitindo que a IA entenda completamente suas necessidades e forneça respostas mais precisas e úteis.

Conversa Continua: Trate a interação com a IA como uma conversa contínua. À medida que você recebe respostas, ajuste os comandos fornecendo mais contexto, clarificando os objetivos ou especificando ações. Isso não só melhora a qualidade das respostas, mas também garante que todos os aspectos relevantes sejam considerados.

Desenvolvimento de Habilidade: Aplicar a tríade consistentemente ao longo da interação é uma habilidade que se desenvolve com o tempo. Com prática, você se tornará mais eficiente em formular comandos claros e extrair o máximo benefício das IAs generativas.

Ao utilizar ferramentas de IA como o GPT, é importante tomar algumas precauções para garantir a segurança das informações e a precisão dos dados gerados. 

Esses cuidados são necessários devido às características próprias do funcionamento dessas ferramentas, que envolvem treinamento com grandes volumes de dados e a geração de conteúdo novo e original em cada interação. 

Nos tópicos seguintes, vamos explorar como esses problemas ocorrem e ensinar de maneira prática como preveni-los.

Uma das principais preocupações ao usar IAs generativas é a proteção de informações confidenciais. Essas ferramentas são treinadas utilizando grandes volumes de dados e podem coletar e utilizar dados das interações dos usuários para melhorar o modelo**. Isso pode incluir informações sensíveis, como dados de clientes, qualificações e detalhes de casos. Para mitigar esse risco, é essencial ajustar as configurações da máquina para desabilitar o uso de dados para treinamento da IA.

Apesar de o tutorial a seguir explicar como desabilitar o compartilhamento de dados, é recomendável que os dados inseridos na IA sejam anonimizados sempre que possível. Ao substituir nomes, números ou outras informações identificáveis por termos genéricos ou pseudônimos, você reduz o risco de exposição de informações sensíveis, garantindo uma camada adicional de segurança.

Abaixo, você pode conferir um tutorial detalhado de como desabilitar o treinamento de dados no ChatGPT.

Alucinações são informações falsas ou incorretas geradas pelas IAs. Isso ocorre devido à natureza generativa das IAs, que criam respostas com base em padrões aprendidos, mas sem uma verificação em tempo real da veracidade dos dados. No campo do direito, as alucinações se manifestam principalmente por meio de falsos julgados, legislações inexistentes ou dados incorretos.

Seguir a tríade (Contexto, Ordem e Objetivo) já é um bom avanço para reduzir o risco de alucinações, mas não resolve completamente a questão. Portanto, é necessário observar outras práticas essenciais para minimizar esses problemas. Veja abaixo um tutorial com práticas para evitar alucinações.